tag:blogger.com,1999:blog-52104569573274488082024-03-12T15:42:02.074-07:00Pensamentos NotivagosCoiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.comBlogger12125tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-55267938757472797362010-04-05T11:17:00.000-07:002010-04-05T11:26:59.214-07:00Sobre a Felicidade<p class="fr" style="text-align: justify;margin-top: 0cm; margin-right: 0cm; margin-left: 0cm; margin-bottom: 0.0001pt; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial;font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px;"></span></span></p><span class="Apple-style-span" style="font-family:Arial;font-size:100%;"><p class="fr" style="margin:0cm;margin-bottom:.0001pt"><u></u></p><u><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">“Quando se diz às pessoas que a felicidade é uma questão simples, querem-nos sempre mal.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">“Poucas pessoas conseguem ser felizes, a menos que odeiem alguém.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">“Ficar sem alguma coisa que você quer é parte indispensável da felicidade.” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">“Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">“Quantos mais motivos de interesse um homem tem, mais ocasiões tem também de ser feliz e menos está à mercê do destino, pois se perder um pode recorrer logo a outro.” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">“O segredo da felicidade é o seguinte: deixar que os nossos interesses sejam tão amplos quanto possível, e deixar que as nossas reacções em relação às coisas e às pessoas sejam tão amistosas quanto possam ser.” <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">“A humanidade transformou-se em uma grande família, tanto que não podemos garantir a nossa própria prosperidade se não garantirmos a prosperidade de todos. Se você quer ser feliz, precisa resignar-se a ver os outros também felizes.”<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><b>Bertrand Russell</b><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">"Precisamos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos, para podermos viver a vida que nos espera. A pele velha tem que cair para que uma nova possa nascer."<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black">"Quando nos deixamos guiar pela felicidade, nos posicionamos num tipo de caminho que sempre esteve ali, à nossa espera, e vivemos exatamente a vida que deveríamos estar vivendo."<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:10.0pt; color:black"><b>Joseph Campbell</b><o:p></o:p></span></p><p></p></u><p></p></span><p></p>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-16590912839204803032010-03-17T10:08:00.000-07:002010-03-17T10:16:55.229-07:00Resposta aos Rebeldes Sem Causa<p class="MsoNormal">Suas lagrimas são pelo luto,</p> <p class="MsoNormal">Pelo sonho resoluto,</p> <p class="MsoNormal">Que deixou de traçar.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Pobre homem da terra,</p> <p class="MsoNormal">Que em vão acha que é guerra,</p> <p class="MsoNormal">Tudo que se põem a travar.</p>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-30462422271815415512010-03-09T13:35:00.001-08:002010-03-09T13:41:42.097-08:00O Incriado - Vinicius de Moraes<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:12px;"><h1 style="text-align: center; font-size: 16pt; font-family: arial; line-height: 60px; text-transform: uppercase; background-color: rgb(255, 255, 255); border-top-width: thin; border-right-width: thin; border-bottom-width: thin; border-left-width: thin; border-top-style: solid; border-right-style: solid; border-bottom-style: solid; border-left-style: solid; border-top-color: rgb(255, 204, 0); border-right-color: rgb(255, 204, 0); border-bottom-color: rgb(255, 204, 0); border-left-color: rgb(255, 204, 0); "><span><span></span></span><br /></h1><p></p><div style="text-align: justify;">Distantes <span><span></span></span>estão os caminhos que vão para o tempo - outro luar eu vi passar na altura</div><div style="text-align: justify;">Nas plagas verdes as mesmas lamentações escuto como vindas da eterna espera</div><div style="text-align: justify;">O vento ríspido agita sombras de araucárias em corpos nus unidos se amando</div><div style="text-align: justify;">E no meu ser todas as agitações se anulam como vozes dos campos moribundos.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Oh, de que serve ao amante o amor que não germinará na terra infecunda</div><div style="text-align: justify;">De que serve ao poeta desabrochar sobre o pântano e cantar prisioneiro?</div><div style="text-align: justify;">Não há a fazer pois que estão brotando crianças trágicas como cactos</div><div style="text-align: justify;">Da semente má que a carne enlouquecida deixou nas matas silenciosas.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Nem plácidas visões restam aos olhos - só o passado surge se a dor surge</div><div style="text-align: justify;">E o passado é como o último morto que é preciso esquecer para Ter vida</div><div style="text-align: justify;">Todas as meias-noites soam e o leito está deserto do corpo estendido</div><div style="text-align: justify;">Nas ruas noturnas a alma passeia, desolada e só, em busca de Deus.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Eu sou como o velho barco que guarda no seu bojo o eterno ruído do mar batendo</div><div style="text-align: justify;">No entanto, como está longe o mar e como é dura a terra sob mim...</div><div style="text-align: justify;">Felizes são os pássaros que chegam mais cedo que eu à suprema franqueza</div><div style="text-align: justify;">E que, voando, caem, pequenos e abençoados, nos parques onde a primavera é eterna.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Na memória cruel vinte anos seguem a vinte anos na única paisagem humana</div><div style="text-align: justify;">Longe do homem os desertos continuam impassíveis diante da morte</div><div style="text-align: justify;">Os trigais caminham para o lavrador e o suor para a terra</div><div style="text-align: justify;">E dos velhos frutos caídos surgem árvores estranhamente calmas.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Ai, muito andei e em vão... rios enganosos conduziram meu corpo a todas as idades</div><div style="text-align: justify;">Na terra primeira ninguém conhecia o Senhor das bem-aventuranças...</div><div style="text-align: justify;">Quando meu corpo precisou repousar, eu repousei,</div><div style="text-align: justify;">quando minha boca ficou sedenta, eu bebi</div><div style="text-align: justify;">Quando meu ser pediu a carne, eu dei-lhe a carne mas eu me senti mendigo.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Longe está o espaço onde existem os grandes vôos e onde a música vibra solta</div><div style="text-align: justify;">A cidade deserta é o espaço onde o poeta sonha os grandes vôos solitários</div><div style="text-align: justify;">Mas quando o desespero vem e o poeta se sente morto para a noite</div><div style="text-align: justify;">As entranhas das mulheres afogam o poeta e o entregam dormindo à madrugada.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Terrível é a dor que lança o poeta prisioneiro à suprema miséria</div><div style="text-align: justify;">Terrível é o sono atormentado do homem que suou sacrilegamente a carne</div><div style="text-align: justify;">Mas boa é a companhia errante que traz o esquecimento de um minuto</div><div style="text-align: justify;">Boa é a esquecida que dá o lábio morto ao beijo desesperado.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Onde os cantos longínquos do oceano?...</div><div style="text-align: justify;">Ssobre a espessura verde eu me debruço e busco o infinito</div><div style="text-align: justify;">Ao léu das ondas há cabeleiras abertas como flores -</div><div style="text-align: justify;">São jovens que o terno amor surpreendeu</div><div style="text-align: justify;">Nos bosques procuro a seiva úmida mas os troncos estão morrendo</div><div style="text-align: justify;">No chão vejo magros corpos enlaçados de onde a poesia fugiu como o perfume da flor morta.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Muito forte sou para odiar nada senão a vida</div><div style="text-align: justify;">Muito fraco sou para amar nada mais do que a vida</div><div style="text-align: justify;">A gratuidade está no meu coração e a nostalgia dos dias me aniquila</div><div style="text-align: justify;">Porque eu nada serei como ódio e como amor se eu nada conto e nada valho.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Eu sou o Incriado de Deus, o que não teve a sua alma e semelhança</div><div style="text-align: justify;">Eu sou o que surgiu da terra e a quem não coube outra dor senão a terra</div><div style="text-align: justify;">Eu sou a carne louca que freme ante a adolescência impúbere e explode sobre a imagem criada</div><div style="text-align: justify;">Eu sou o demônio do bem e o destinado do mal mas eu nada sou.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">De nada vale ao homem a pura compreensão de todas as coisas</div><div style="text-align: justify;">Se ele tem algemas que o impedem de levantar os braços para o alto</div><div style="text-align: justify;">De nada valem ao homem os bons sentimentos se ele descansa nos sentimentos maus</div><div style="text-align: justify;">No teu puríssimo regaço eu nunca estarei, Senhora...</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Choram as árvores na espantosa noite, curvadas sobre mim, me olhando...</div><div style="text-align: justify;">Eu caminhando... sobre meu corpo as árvores passando</div><div style="text-align: justify;">Quem morreu se eu estou vivo, por que choram as árvores?</div><div style="text-align: justify;">Dentro de mim tudo está imóvel, mas eu estou vivo, eu seu que estou vivo porque sofro.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Se alguém não devia sofrer eu não devia, mas sofro e é tudo o mesmo</div><div style="text-align: justify;">Eu tenho o desvelo e a benção, mas sofro como um desesperado e nada posso</div><div style="text-align: justify;">Sofro a pureza impossível, sofro o amor pequenino dos olhos de das mãos</div><div style="text-align: justify;">Sofro porque a náusea dos seios gastos está amargurando a minha boca.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Não quero a esposa que eu violaria nem o filho que ergueria a mão sobre o meu rosto</div><div style="text-align: justify;">Nada quero porque eu deixo traços de lágrimas por onde passo</div><div style="text-align: justify;">Quisera apenas que todos me desprezassem pela minha fraqueza</div><div style="text-align: justify;">Mas, pelo amor de Deus, não me deixeis nunca sozinho!</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Ás vezes por um segundo a alma acorda para um grande êxtase sereno</div><div style="text-align: justify;">Num sopro da suspensão e beleza passa e beija a fronte do homem parado</div><div style="text-align: justify;">E então o poeta s urge e do seu peito se ouve uma voz maravilhosa</div><div style="text-align: justify;">Que palpita no ar fremente e envolve todos os gritos num só grito.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Mas depois, quando o poeta foge e o homem volta como de um sonho</div><div style="text-align: justify;">E sente sobre a sua boca um riso que ele desconhece</div><div style="text-align: justify;">A cólera penetra em seu coração e ele renega a poesia</div><div style="text-align: justify;">Que veio trazer de volta o princípio de todo o caminho percorrido.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Todos os momentos estão passando e todos os momentos estão sendo vividos</div><div style="text-align: justify;">A essência das rosas invade o peito do homem e ele se apazigua no perfume</div><div style="text-align: justify;">Mas se um pinheiro uiva no vento o coração do homem cerra-se de inquietude</div><div style="text-align: justify;">No entanto, ele dormirá ao lado dos pinheiros uivando e das rosas recendendo.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">Eu sou o Incriado de Deus, o que não pode fugir à carne e à memória</div><div style="text-align: justify;">Eu sou como o velho barco longe do mar, cheio de lamentações no vazio do bojo</div><div style="text-align: justify;">No meu ser todas as agitações se anulam - nada permanece para a vida</div><div style="text-align: justify;">Só eu permaneço parado dentro do tempo passando, passando, passando...</div><p></p></span>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-77837464669099618442010-02-28T19:39:00.001-08:002010-02-28T19:59:24.157-08:00Sobre Monstros e Fantasmas<p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Era tarde da noite quando me levantei de sobressalto. Estava sozinho em minha nova casa e tudo ainda não parecia meu. O quarto era pouco mobiliado e o velho carpe do chão acumulando anos de ácaros e poeira que não podiam mais ser removidos fazia minha velha rinite atacar. Espirrei. Mais duas vezes antes de poder levantar e realmente poder olhar <st1:personname productid="em volta. Abrindo" st="on">em volta. Abrindo</st1:personname> os olhos ainda desacostumados pude ver a luz amarelada dos postes que entrava pela janela. Isso me impedia de dormir bem na maioria das noites e talvez fosse por isso que as lembranças haviam voltado. São aquelas lembranças que nos vem visitar bem de vez em quando, quando tudo aquilo que nos preocupa já não está nos perturbando, e aquela velha porta que fechamos há tanto tempo insiste em abrir novamente. E de lá vem todos os monstros e fantasmas que guardamos em nosso peito, afogado em meio a todo o auto-orgulho e senso de individualidade.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Para uns, os monstros são vergonhas e derrotas. Para outros, o que é o meu caso, são pensamentos e pessoas. Sentimentos que deixei de sentir. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Levantei-me e a vi na porta do meu quarto, ela que há tanto tempo se foi. Não vi seus olhos ou mais do que a sua silhueta, mas sabia que era ela, pois meu coração é o primeiro a reconhecê-la, sempre. Toda vez que a vejo, mesmo em pensamento ou lembrança, ou ainda tarde da noite quando seu fantasma vem visitar a porta de meu quarto, é meu coração que parece ter mais idade do que realmente tem que reclama a sua falta. É como um antigo viciado que não pode sentir o cheiro de seu pecado com medo de dobrar a própria vontade para obter nem que fosse um pouco mais da velha sensação. Pesar. Manifesta-se assim, quando passei por ela, e ela ficou a me olhar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Não gosto de arrependimentos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">“Sinto saudades” ela disse. "Sinto o mesmo", eu penso em dizer, mas não posso. Dizer isso seria abrir mais a porta que mantenho fechada e todos os outros monstros iriam sair de lá. Todos com sua sede de sangue, todos com sua amargura e ódio, todos com a sua gana por violência e luxuria misturada com o ressentimento típico do passado, que só as coisas que mais nos marcaram podem ter. Todos esses brinquedos profanos, todas essas forças macabras teriam que ser contidas por mim, naquele corredor. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Eu não disse nada, mesmo sentindo meu coração explodir. “Isso vai passar”, pensei eu ao acender a luz. E tudo foi embora.</p>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-356165709778974142010-01-26T11:47:00.000-08:002010-01-26T11:49:17.724-08:00Quis custodiet ipsos custodes?<p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal">Ouvi dizer, que em um reino distante chorava um bufão. Chorava de desgosto, por fazer sorrir a todos, mas ninguém queria lhe fazer sorrir. Era um homem comum, por debaixo da mascara e maquiagem. Talvez até comum demais. Antigamente era mais vistoso e alegre, sempre carregava um sorriso no rosto. Mas o tempo cruel, e as apresentações consecutivas já tinham tirado muito do brilho de seus olhos. Mas nada disso podia ser visto à luz das chamas bruxuleantes de lareiras e candelabros do castelo, quando era ninguém menos que ele mesmo, ou o que deveria ser. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">“Por caridade”, pensava ele. “Será que algum dia, alguém, em algum lugar, fará sorrir o bufão?”. Mas todos queriam sorrir, e era trabalho do palhaço, fazer sorrir. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Que triste destino este do Pagliachi, sempre sozinho, sempre acompanhado, sempre fazendo rir e jamais rindo.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Onde estará sua alegria? Onde estará sua felicidade?</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Foi então o Palhaço até o Conselheiro real. Este era um homem de muita idade e muito conhecimento. Era tão sábio que muitos reis tinham se consultado com ele, e guerras haviam sido travadas e evitadas por seus conselhos. O bufão então teria ido até ele, como se algo o puxasse pelas orelhas, agora quentes, caminhando sem titubear frente aos corredores labirínticos do imenso castelo do reino distante. Gostava ele de se sentir alguém, então estava apenas com seu próprio rosto, uma fantasia que gostava de usar.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Ao entrar no quarto de estudos do sábio, este se curvou e disse:</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">- Poderia conceder um minuto para um homem perturbado, nobre sábio? – Curvava-se com honraria e polidez, conforme havia visto muitas vezes antes nos salões do rei.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">O erudito achando tudo aquilo muito incomodo, mas se apiedando do pobre homem resolveu acatar. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">- O que este humilde servo poderia fazer a tão pobre criatura? – Falava em um tom cortes com o desconhecido que realmente parecia tão pobre como um cachorro faminto e magro.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">- Estaria eu, um humilde servo deste castelo, a procura de algo que pudesse aplacar a minha dor. Senhor, estou triste. – Declarou o pobre homem cansado.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">De imediato o homem busca a mais sensata das soluções.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">- Ora! Veja o bufão. Soube que se apresentará esta noite para todos do castelo.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Eis que com lagrimas nos olhos, o bufão olha para o homem contendo a voz que saia tímida do peito. </p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">- Mas senhor... Eu sou o bufão!</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Uma bela história. Todos batem palma, e quase todos riem, mas alguns... </p> <p class="MsoNormal">Ah, alguns choram, pois são eles próprios os bufões de suas próprias vidas.</p><p></p>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-75161202715314703982010-01-21T15:53:00.000-08:002010-01-21T16:00:55.540-08:00Solidão?... Solitude!<p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Sozinho. É como fazemos tudo na nossa vida. </p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify">O bordão clássico se aplica aqui, creio eu: “nasce-se sozinho e se morre sozinho”. Ok, alguns vão dizer, falando que o que vale na vida são os momentos que compartilhamos. Mas não seriam esses momentos os únicos que fugimos de nós? Esquecemos de nós mesmos por algumas horas que sejam só para quando menos esperamos bum, estamos sentados na nossa frente e perguntando: “e ai?”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Em todos os momentos difíceis, em todas as horas que realmente importam, somos só nós que podemos fazer alguma coisa. Sempre sozinhos. Nossos amigos, irmãos e colegas no máximo podem ouvir, orientar e talvez, opinar, mas é você quem vai fazer. E vai fazer sozinho.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">E se ele tomar partido? E se fizer por você?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Ouso dizer que estará fazendo por ele. Porque se importa com você, porque quer o seu bem... por que essa pessoa quer, e quer para si. Querer para outrem é por si só um paradoxo lingüístico. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Egoísta? Não, talvez as coisas simplesmente sejam assim. Somos seres humanos. Pessimista? Não, talvez as coisas simplesmente sejam assim...</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">E alguém pergunta: Alguma coisa instrutiva, coiote, ou apenas quer que a gente se sinta mal?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">E eu respondo: Quero que se sintam bem. =)</p>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-86632119571247581202010-01-18T16:38:00.000-08:002010-01-18T16:39:07.046-08:00Em dias como esses...<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; color: rgb(85, 85, 85); line-height: 16px; ">I've been a rover<br />I have walked alone<br />Hiked a hundred highways<br />Never found a home<br />Still in all I'm happy<br />The reason is, you see<br />Once in a while along the way<br />Love's been good to me</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:100%;color:#555555;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; line-height: 16px;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Trebuchet MS', Arial, Helvetica, sans-serif;font-size:100%;color:#555555;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; line-height: 16px;">Johnny Cash - Love's Been Good To Me</span></span></div>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-8099277279542273762009-05-05T16:23:00.000-07:002009-05-05T16:24:35.185-07:00DivagaçõesSabe aqueles dias em que você realmente quer mudar as coisas?<br />Sim, esse é um dia daqueles. Não importa se vai dar certo, se vai melhorar ou piorar. A unica coisa que te move é o desejo de mudança, e isso não pode tardar de jeito nenhum...Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-69270533673542982602009-05-05T16:20:00.000-07:002009-05-05T16:23:29.037-07:00CaronteCaronte<br />Lord Dunsany<br />Caronte inclinou-se para frente e remou. Todas as coisas eram uma com seu cansaço.<br />Para ele, não era uma coisa de anos ou de séculos, senão de ilimitados fluxos de tempo, e um antigo peso e uma dor em seus braços que se tinham convertido em parte de um esquema criado pelos deuses e em um pedaço de Eternidade.<br />Se os deuses lhe tivessem mandado ao menos um vento contrário, isso teria dividido todo o tempo em sua memória em dois fragmentos iguais.<br />Tão cinzas resultavam sempre as coisas onde ele estava que se alguma luminosidade se demorava entre os mortos, no rosto de alguma rainha, como Cleópatra, seus olhos não poderiam percebê-la.<br />Era estranho que atualmente os mortos estivessem chegando em tais quantidades. Chegavam de mil em mil, quando costumavam chegar de cinqüenta. Não era a obrigação nem o desejo de Caronte considerar o porquê dessas coisas em sua alma cinza. Inclinava-se para frente e remava.<br />Então, ninguém veio por um tempo. Não era comum que os deuses não mandassem ninguém da Terra por tal período de tempo. Mas os deuses sabem.<br />Então, um homem chegou só. E uma pequena sombra sentou-se, estremecendo na praia solitária, e o bote zarpou. Apenas um passageiro. Os deuses sabem. E um Caronte grande e cansado remou junto ao pequeno, silencioso e assustado espírito.<br />O som do rio era como um poderoso suspiro lançado pela Aflição, no começo, entre suas irmãs, e que não pode morrer como os ecos da dor humana que se apagam nas colinas terrestres, senão que era tão antigo como o tempo e a dor nos braços de Caronte.<br />Então, no cinza e tranqüilo rio, o bote se materializou na costa de Dis e a pequena sombra, ainda estremecendo, pôs o pé na terra, e Caronte voltou o bote para se dirigir, cansado, ao mundo. Então a pequena sombra falou; havia sido um homem.<br />"Sou o último", disse.<br />Nunca ninguém havia feito sorrir Caronte, nunca nada antes o havia feito chorar.<br /><br />---------------------------------<br /><br />Estava procurando um autor novo e este me apareceu de um modo bem interessante. O final me fez arrepiar e realmente não era esperado haha, pelo menos não por mim ^^<br />A tradução tá meio estranha, mas resolvi não mecher. Não quis estragar nada.Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-23938869950197516242009-03-30T19:33:00.001-07:002010-01-21T14:22:47.058-08:00FragmentosEsse texto é parte de uma história que escrevia faz um tempo. Resolvi voltar a escrever alguma coisa e figuei fuçando pra ver se achava algo interessante e me deparei com esta parte. Sempre gostei dela, acho q tem um tom meio q existencialista. Bem, achei interessante postar. Espero que gostem. =)<br />----------------------------------------------------------------------------<br /><br />O tempo o tinha mudado, mas Soren não sabia o quanto. De corsário a fugitivo. De herói a bandido. Uma interessante mudança para uma personalidade como ele. As coisas nunca estiveram bem colocadas e viver em um mundo de luxo e fantasias, onde a cada segundo cada nobre e membro da corte deveria usar sua mascara, onde cada ação deveria ser medida e calculada, para que seu vinho no próximo festival não estivesse envenenado lhe deixava doente. Odiava interpretar o papel de um bufão, cheio de cores e sorrisos para os seus desafetos. Por isso preferia a impetuosidade do mar. Ele ao menos não enganava os seus olhos, mais parecia com uma mulher arredia. Tinha suas manias, e era tão selvagem quanto uma, mas mesmo assim, verdadeiro em cada ato. O mar lhe trazia a idéia de imensidão e esse sentimento ele havia refletido em seu barco, que se chamava Liberdade.<br />Adorava os dias de sol de vento fresco, e das manhas claras e sem nuvens. O sol que se levantava preguiçosamente para mais um dia, mesmo que fosse um dia infernal. Lembrava-se da sensação de estar livre, e de não ver em nenhum dos lados, uma porção de terra sequer. Essas lembranças porem, haviam sido levadas pela maré do tempo, uma maré muito mais odiosa e detestável para aqueles que como Soren, não souberam aproveitar o tempo que lhes fora dado.Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-21542240610435773252009-03-29T00:39:00.000-07:002009-03-29T00:41:03.299-07:00De volta e de novo...Acho q todos precisam falar o que pensam de vez em quando.Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5210456957327448808.post-22748820471787232152009-03-29T00:38:00.000-07:002009-03-29T00:44:05.934-07:00O Espirito dos Homens<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:Times New Roman;">A necessidade de escrever às vezes vem mais da mente do que da alma. Embora a verdadeira escrita seja uma arte, e como toda arte, nasça do espírito criativo do escritor, as coisas só são possíveis através da inteligência, ou seja, da mente consciente da criação. Em períodos como esse é clara a necessidade de expressão. Mas como expressar-se da forma correta? Somente as frases não seriam o suficiente, e a palavra dita poderia chegar de outra forma aos ouvidos. Não, não é esta a forma. Quando coisas assim acontecem, a necessidade de expressão surge para o papel, ou para um documento de texto virtual que serve como papel. </span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Os escritores são contadores de história. E sempre se conta histórias para outros, nunca para si. Escrevemos na esperança de que algum dia alguém leia, e alguém o reconheça. Que alguém se lembre de sua passagem. Contar histórias é parte de nossa cultura, talvez até mesmo de nossa raça. Mas sobre o que contar? Histórias de amor e de suspense sempre estão na moda, bem como a de superação de desafios, implícitos ou explícitos. A jornada pelo desconhecido geralmente abarca boa parte da nossa historia literária. Bem como os dramas da vida e os terrores ocultos de nossa mente. Junte tudo isso e teremos a maior historia já contada. Somos criaturas fáceis de entender em linhas gerais. Um pouco de insatisfação, preguiça e inveja e criamos o mundo que temos hoje. Cheio de tecnologia para suprir a preguiça, e violência e capitalismo para suprir a inveja. A insatisfação, porém, é algo que nunca pode ser “enganada”. Como espécie sempre estamos querendo mais. A busca por algo, seja lá o que este algo signifique, é tão ampla, que faz com que a preguiça e a inveja pareçam nulas perto disso. O diferente e o desconhecido são agradáveis, e todo o ouro conquistado, não brilha como antes. Podemos então dizer que a maior historia já contada, ou que a maior motivação do ser humano é a sua busca sem fim. Podemos analisar as histórias. Todas as histórias nos preparam para a jornada. A jornada sempre é a nossa maior busca, mas porque não somos preparados para o fim dela? O que fazer quando chegarmos lá? O que fazer quando pegarmos o nosso premio? Sentar e aproveitar? Até quando? Até querermos algo maior, ou apenas diferente.</span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Somos assim. Somos preparados para a busca por não sermos satisfeitos. Por estarmos em constante contato com o ego, e com o desejo. Pode-se dizer que a única busca que tem um fim “satisfatório” é a busca pelo nirvana, que descaracteriza o desejo (em teoria) e consuma-se somente na morte, que é o fim de tudo, mas que mesmo assim, demoraria muitas vidas para conseguir. Insatisfação. O homem só foi até o nirvana porque estava insatisfeito com o sofrimento de sua espécie e de seu próprio ser. O mesmo ocorre com Jesus e sua alteração de consciência. Através do cristo se chega ao Pai. E desta forma os problemas acabam, novamente com a morte. Este é o único fim para a busca. Todas as doutrinas e libertações apontam para a morte como o fim da busca incessante do ser humano pelo algo que o complete. Mas não a morte ordinária, e sim a morte contemplada, ou a boa morte, que definitivamente é uma figura poética. A insatisfação leva a procura e a procura só tem um fim, na morte. Mas toda morte, seja ela simbólica ou real, é revertida com o renascimento. E é este o ponto chave de toda a procura. A busca se caracteriza pelo conhecimento, ou pelo desejo de ir (ou conquistar) aonde não se foi. Esta busca inevitavelmente leva a destruição do que um dia foi, ou com a real morte do ser, sendo somente revertida, com a revitalização da consciência, ou com a instauração de uma nova busca, por parte de outro homem. È disso que consiste a história. Contar repetidamente a mesma busca, a busca pelo inatingível desconhecido, de diversas formas. Pois este é o espírito dos homens.</span></p>Coiotehttp://www.blogger.com/profile/05318180335874785308noreply@blogger.com0